quarta-feira, 23 de novembro de 2022

“Uma Leitura dos Búzios”, espetáculo inspirado em levante popular baiano, que estará em cartaz no Sesc Vila Mariana até fevereiro de 2023

Idealizado pelo Sesc São Paulo, no âmbito do Bicentenário da Independência do Brasil em 1822, “Uma Leitura dos Búzios” traz como proposta a discussão e contextualização a respeito desse movimento popular baiano

Além disso, confronta-o com o Brasil contemporâneo, por meio de temas como a independência, a democracia e as sementes e frutos da política e economia colonialista, bem como o legado delas na formação das desigualdades sociais, especialmente sobre o racismo e a manipulação da história.

“Convocados pelos ecos da história, optamos em conceber um espetáculo teatral que envolvesse e revelasse o racismo, a diversidade, outras independências. Que trouxesse o sabido e, também, o silenciado. Para tal, convidamos um trio: o diretor Marcio Meirelles, a diretora de movimentos Cristina Castro e o diretor musical João Millet Meireles. A eles se juntaram profissionais diversos, vindos por chamamentos públicos e por convites, sempre acompanhados de nossas equipes, também diversas”, comenta Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo.

O levante iniciou com apoio das elites locais, insatisfeitas com o tratamento que a Coroa lhes dispensava. Elas viam no rompimento do pacto colonial uma possibilidade de aumentar os lucros, poder econômico e político. No entanto, essa parcela da população foi abandonando o movimento à medida que foi se popularizando e se radicalizando. Isso se deu pela participação de grupos, como os milicianos, artesãos e escravizados, que entraram com agendas e ideias como liberdade, igualdade e justiça, conferindo ao movimento contornos que poderiam pôr em xeque a manutenção de privilégios da elite.

A rebelião teve o envolvimento de nomes como o médico Cipriano Barata e o tenente Aguilar Pantoja, dentre outros que nunca foram devidamente investigados. Mas os principais representantes do movimento surgiram das camadas populares, especialmente da população negra. Destaca-se a atuação de: Lucas Dantas (soldado), Manuel Faustino (aprendiz de alfaiate), Luiz Gonzaga das Virgens (soldado), João de Deus (mestre alfaiate) e Luíz Pires (ourives), que foram presos, enforcados em praça pública e esquartejados – exceto o último, que escapou e nunca foi encontrado – como consequência da dura repressão do governo de então.

Uma releitura da chamada Conjuração Baiana, Revolta dos Alfaiates ou Revolta dos Búzios. A história vista a contrapelo neste espetáculo de teatro musical, no Bicentenário da Independência.

Direção: Marcio Meirelles.
Texto: Mônica Santana.
Direção musical: João Milet Meirelles.
Direção de Movimento: Cristina Castro.
Equipe artística: Gustavo Melo Cerqueira, Rafael Grilo, Adriana Hitomi, Grissel Piguillem.




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