quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Sol da meia-noite | O que seria esse fenômeno?

Paisagem de tirar o fôlego
 Esse é o nome dado à ocorrência em que o Sol fica visível 24 horas por dia, durante 06 meses, nos polos da terra

 Nesse período, a estrela não se põe, apenas varia o local em que é vista, sendo que o ponto mais baixo é junto da linha do horizonte. Isso ocorre nas regiões entre os círculos polares e os polos, nos dias próximos ao início do verão de cada hemisfério - em junho no Norte e em dezembro no Sul -, devido à inclinação do globo terrestre nessas épocas.

Os desenhos à esquerda representam o Sol da meia-noite no Hemisfério Norte em diversos horários, entre 12 horas de um dia e as 8 horas do dia seguinte. Repare como a área delimitada pelo Círculo Polar Ártico fica por toda a noite iluminada pela luz do Sol, enquanto no restante da Terra a claridade varia.

A quantidade de dias com Sol da meia-noite varia conforme o local: quanto mais afastado dos polos, menor o período de duração. Os dias anteriores e posteriores ao fenômeno são chamados de noites brancas. Neles, o Sol se põe e logo nasce novamente, fazendo com que o local fique iluminado por uma suave luz.

Para os que gostam de aguardar a noite para poder observar as estrelas e a Lua no céu, já podem passar seis meses somente sob a luz do dia. Nos polos da Terra, isso realmente acontece!

Entre outubro e março, no Polo Sul, e de abril a setembro no Polo Norte, um fenômeno incrível toma conta do céu: o sol da meia-noite. Por causa da inclinação do planeta em relação ao plano de sua órbita ao redor do Sol, o movimento que o Sol faz no céu é circular, sempre próximo ao horizonte sobre os polos durante todo um semestre do ano. O dia nunca vai embora, a estrela muda apenas sua posição.

Nos meses de verão, os dias chegam a ter 24 horas de luz acima do Círculo Polar Ártico, o que permite aproveitar as paisagens ao máximo e fazer novas descobertas.

Veja alguns lugares de onde é possível assistir a esse fenômeno incrível!

1) Noruega

A Noruega é conhecida como a terra do sol da meia-noite. A melhor opção para vê-lo é ir à região norte do país. Nas Ilhas Svalbard, entre o final de abril e o final de agosto, você ainda pode se deparar com ursos polares nos passeios pelas geleiras. Já as Ilhas Lofoten, com estações do ano bem definidas, contam com o fenômeno do final de maio a meados de julho. O sol intenso e constante revela o verde das paisagens naturais, descortinando a beleza dos famosos fiordes.

2) Rússia

A antiga capital da Rússia, São Petersburgo, é uma cidade cheia de história, arte e arquitetura. Durante o verão, entre o final de junho e setembro, acontece o Festival das Noites Brancas, com performances de balés, óperas e outras performances artísticas. A cidade se prepara para receber muitos visitantes em busca do sol da meia-noite.

3) Alaska

A cidade de Fairbanks fica no interior do Alaska. O sol da meia-noite pode ser visto entre os meses de abril a agosto, mas é só em junho que a luz fica visível por 24 horas. O fenômeno é tão importante para a cidade, que é promovido o Festival do Sol da Meia-Noite, que celebra o solstício. São horas e horas de música, jogos de beisebol e golfe, apresentações culturais e muitas barraquinhas de comida.

4) Finlândia

A cidade de Rovaniemi é a capital da Lapônia Filandesa. Pela sua situação geográfica, é tida como a terra natal do Papai Noel. É uma das melhores regiões para acompanhar o sol da meia-noite. Os visitantes podem ter muitas experiências incríveis: fazer trilhas com cães da raça huskie siberiana, andar pelo lago congelado e fazer muitos cliques com um visual magnífico.

Referência: https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento

 

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

“Uma Advogada Extraordinária” faz enorme sucesso abordando a temática do autismo


Série exibida pela sobre jovem advogada com QI alto e do espectro autista, provoca debate na Coreia do Sul sobre a “invisibilidade” de pessoas que apresentam este transtorno

Série exibida pela sobre jovem advogada com QI alto e do espectro autista, provoca debate na Coreia do Sul sobre a “invisibilidade” de pessoas que apresentam este transtorno.

Com 16 episódios, a trama segue a jornada de Woo Young-woo, advogada novata cujo autismo a ajuda a encontrar soluções brilhantes para quebra-cabeças jurídicos, mas, ao mesmo tempo, a deixa em situações de isolamento social.

Woo tem QI de 164 e se formou como a melhor aluna de sua turma em importante universidade de Seul. Ingressa num escritório de advocacia, enfrenta o preconceito de colegas, mas, com o tempo, conquista o respeito da maioria deles. 

 Com 16 episódios, a trama segue a jornada de Woo Young-woo, advogada novata cujo autismo a ajuda a encontrar soluções brilhantes para quebra-cabeças

Sem expectativa de retorno

Uma advogada extraordinária é renovada, mas não deve voltar tão cedo. A série que, é produzida pela ENA, chegou ao serviço de streaming e potencializou a produção ao redor do mundo e chegou a liderança do Top 10 no mundo todo, mas não tem previsão de nova temporada

Leopoldina MG, inaugura monumento em homenagem à princesa que empresta seu nome à cidade

 

O dia 06 de setembro marcou a inauguração na cidade de Leopoldina e faz parte das celebrações do bicentenário da Independência do Brasil


Se você vai viajar pelo belíssimo interior de Minas Gerais e no seu roteiro está previsto um passada por Leopoldina, já tem uma atração a mais para visitar. A Prefeitura de Leopoldina, na Zona da Mata mineira, inaugurou na terça-feira (6/9) um monumento em homenagem à princesa Leopoldina de Bragança e Bourbon, filha de Dom Pedro II com a esposa Teresa Cristina. A ação celebra o bicentenário da Independência do Brasil e a Semana da Pátria.

Diversas fotografias que retratam as várias fases da vida da princesa ficarão expostas no Centro Cultural Mauro de Almeida Pereira até o fim de outubro, das 9h às 18h.

A mostra ainda traça uma linha do tempo dos movimentos da Independência do Brasil. A visitação é gratuita. Logo, o público poderá conferir duas vitrines culturais: “Princesa Leopoldina” e “Independência do Brasil”.



Com nome em homenagem à avó paterna, rainha de origem austríaca, Leopoldina de Bragança e Bourbon nasceu no Palácio de São Cristóvão em 13 de julho 1847. Ela foi instruída por meio da amante de seu pai, a Condessa de Barral.

Após o casamento com o príncipe alemão Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, Leopoldina deixou o título de princesa. Ela morreu de febre tifoide aos 23 anos, em Viena, na Áustria, em 1871.

Referência: https://www.em.com.br/app/noticia/cultura

 

 

Emanoel Araújo | Uma história de vida que é uma verdadeira lição de obstinação

A cultura está mais pobre com a partida do multifacetado artista Emanoel Araújo, fundador do Museu Afro Brasil e tido como a administrador que deu um novo significado à Pinacoteca de São Paulo

Gravurista, escultor, curador e gestor, Emanoel Araújo foi um dos homens mais influentes da cultura brasileira, partiu para outra dimensão do universo na madrugada de 08.09, em São Paulo depois de um infarto fulminante, aos 81 anos. Como gestor, Emanoel fez a Pinacoteca de São Paulo mudar de patamar e – ainda mais perto de seu coração – fundou em 2004 o Museu Afro Brasil, que debate a formação da identidade brasileira a partir do olhar e da experiência do negro. “O Museu Afro Brasil era o filho de Emanoel,” Guilherme Assis, galerista do artista, disse ao Brazil Journal. Já consagrado no País, o artista baiano estava sendo descoberto em todo o mundo. Colecionadores internacionais e museus como a Tate de Londres, o San Francisco MOMA, a LACMA de Los Angeles e o Guggenheim recentemente adquiriram obras suas, e a Jack Shainman, uma galeria nova-iorquina focada em artistas da Diáspora Africana, prepara uma exposição sua para janeiro de 2023. A morte vem num momento em que as obras de Emanoel começavam a chegar até ao mundo pop. Duas de suas esculturas apareceram ano passado junto a uma tela de Jean-Michel Basquiat num comercial da Tiffany & Co. estrelado por Beyoncé e Jay-Z. Emanoel Alves de Araújo nasceu em 15 de novembro de 1940 em Santo Amaro da Purificação. 

Conterrâneo e contemporâneo de Caetano Veloso

Segundo um amigo, sua vocação para a arte foi provavelmente influenciada pelo pai, um ourives de profissão. Aos 17 anos, Emanoel fez sua primeira exposição ao lado do amigo Caetano Veloso, que também era artista plástico naquela época. “Caetano é um exímio desenhista e sempre diz que me ensinou a desenhar e eu o ensinei a cantar,” disse certa vez numa entrevista. Emanoel começou a cursar Belas Artes na Universidade Federal da Bahia, mas, pressionado a trabalhar, não chegou a terminar o curso. Em 1963, trabalhou com Lina Bo Bardi na exposição Civilização do Nordeste, no MAM da Bahia – o que lhe abriu caminho para expor em grandes galerias do Rio e de São Paulo nos anos seguintes. No início dos anos 70, foi aos Estados Unidos a convite do Departamento de Estado e conheceu museus de arte americana e afro-americana de costa a costa. Essa viagem foi fundamental para entender melhor como os museus americanos se organizavam. Nasceu aí seu interesse pela gestão e curadoria. Em outra viagem importante – à Nigéria, nos anos 70 – teve o seguinte diálogo com Gilberto Gil, que também visitava o país. “O Gil me perguntou: ‘O que você veio fazer na África?’ Eu respondi: ‘Vim ver a África’. E ele [Gil] me disse: ‘Eu vim colher minhas raízes’. Aí respondi: ‘Você se enganou, suas raízes estão na Bahia, não aqui’. Mas o que eu queria dizer é que aquilo era tão distante da gente que o mais próximo era a Bahia. Nós não sabíamos da África, como os africanos não sabiam de nós.” De 1981 a 1983, Emanoel dirigiu o Museu de Arte da Bahia, em Salvador. “O museu estava em mau estado, a reforma durou um ano e depois de pronta eu saí. Durante esse período, fiz exposições importantes: Os 400 Anos do Mosteiro de São Bento, Escola Baiana de Pintura, África Bahia África, quando eu comecei a desenvolver essa pesquisa.” No final daquela década, concebeu A Mão Afro-Brasileira – Significado da Contribuição Artística e Histórica no MAM de São Paulo, uma exposição épica que gerou um dos livros mais importantes para a cultura brasileira. Convidado a dirigir a Pinacoteca do Estado, o mais antigo museu de São Paulo, Emanoel sofreu uma enxurrada de críticas. Pessoas públicas e até supostos amigos do artista enviaram um abaixo-assinado ao Governador Luiz Antônio Fleury, questionando, na prática, como um baiano iria dirigir a Pinacoteca. Emanoel bateu de volta: “E ainda é preto e homossexual.” A resposta calou a boca de muitos, e o indicado assumiu o cargo. Não havia tempo a perder: a Pinacoteca estava abandonada e decadente. Amigo de Paulo Mendes da Rocha, Emanoel chamou-o para pensar uma ampla reforma. Também conseguiu apoio de banqueiros e empresários para exposições importantes, como Rodin em 1995. Sua gestão de 10 anos dividiu a história da Pinacoteca em A.E. e D.E. (antes e depois dele): o museu hoje tem um projeto arquitetônico premiado e um programa artístico impecável, tocado por seus sucessores. Homem de vasta cultura e muito estudioso, Emanoel amava todos os tipos de arte e convivia com a elite política, financeira e intelectual do País. 

Era um trator que fazia as coisas acontecerem. Tinha um temperamento forte e não media palavras, o que lhe valeu a alcunha de “genial e genioso” em seu obituário. Dizia o que pensava de forma direta – e muitas vezes publicamente, como o fez em artigos polêmicos publicados em jornais. Não agradava a todos, mas era fiel às suas convicções e leal aos inúmeros amigos. A década de trabalho na Pinacoteca o consumiu; foi quando teve seu primeiro infarto. Deixou o cargo para uma cirurgia e prometeu ficar longe da vida pública – mas não cumpriu a promessa. Em 2004, a então prefeita Marta Suplicy queria criar um museu dedicado à história negra. Como Emanoel era conhecido por colecionar artistas negros dos séculos 18 a 20, seu nome era perfeito para o projeto. No mesmo ano, nascia o Museu Afro Brasil, com Emanoel doando quase 4 mil obras do seu acervo pessoal. “O Museu Afro Brasil é meu projeto de vida. É minha obrigação ideológica,” costumava dizer. Diversas vezes precisou colocar do próprio bolso para arcar com as despesas do museu. Guilherme Assis, seu galerista, disse que na última venda importante de uma obra sua para o exterior, Emanoel comemorou dizendo que usaria parte do dinheiro para a nova exposição do Museu Afro. “Ele se realizava acompanhando as visitas das escolas municipais ao museu”, disse Guilherme. O acervo do Museu Afro Brasil resgata artistas pouco conhecidos. Apesar de sua relevância para a cultura, ainda é pouco visitado – mas Emanoel estava pronto para esperar a validação da História. “Quando cheguei à Pinacoteca, a instituição já tinha completado 90 anos, e era aquele desastre, uma pocilga,” Emanoel disse certa vez, no estilo áspero que lhe era peculiar. “No segundo dia choveu, e aquilo parecia Veneza. Então, acho que preciso completar 90 anos aqui também no Museu Afro Brasil.”

Fonte: https://braziljournal.com/memoria-o-genial-e-genioso-emanoel-araujo/