segunda-feira, 29 de novembro de 2021

A Chave de Salomão: Como os Antigos Segredos dos Cavaleiros Templários e da Franco Maçonaria Afetam o Mundo Moderno

 O que é a maçonaria e por que ela está rodeada de mistério e polêmica desde a sua fundação, lá no início do século XVIII

Apesar de vários membros declararem abertamente as suas preferências políticas, - notadamente no Brasil, as maçonarias não veem com bons olhos que seus membros discutam política ou religião; de outro, porém, um dos requisitos para entrar para as lojas é, historicamente, a crença em um poder superior.

Também é sabido que a tradição maçônica é baseada no Templo de Salomão, conforme afirmação de Anna, integrante de uma das poucas lojas maçônicas femininas britânicas. "É uma alegoria, levemente baseada na religião."

Lançado em 2009, o livro “A chave de Salomão...” joga uma luz sobre essa relação das lojas com o Rei Salomão, figura central nos rituais secretos da Francomaçonaria. As tradições sagradas do Judaísmo, do Cristianismo e do lslamismo se reúnem na pessoa do sábio rei-mago da Israel antiga. A sua presença na história bíblica é um elemento-chave para entender a visão que essas três religiões tão diferentes têm de si mesmas e umas das outras.


A história de Salomão e seu magnífico Templo em Jerusalém é a pedra angular da Bíblia, que faz a ligação entre o Antigo e o Novo Testamento. Mas será que isso é verdade? Ou será que o mito e a tradição realmente detêm as chaves que liberam mistérios da consciência humana infinitamente mais espantosos do que a História? As respostas para essas inquietantes perguntas estão nas páginas deste livro.

Trata-se de uma leitura agradável e sem a linguagem hermética que muitas publicações trazem no seu bojo. São levantadas várias hipóteses sobre essa relação e cabe ao leitor buscar suas próprias conclusões. Vale a pena a leitura!

Por que a guarda do Papa é suíça e usa uma farda característica?

“Juro servir com fidelidade, lealdade e honra o Pontífice reinante e seus legítimos sucessores, de dedicar-me a eles com todas as minhas forças, sacrificando se necessário minha vida em sua defesa. ” Esse é o juramento da Guarda do Vaticano


A história vem do século XVI, quando o Papa Júlio II (1503-1513) pediu ao rei católico da Suíça que lhe mandasse um grupo de soldados para a sua segurança pessoal. Alguns acusam Júlio II de ser mais general do que Papa; com firmeza governava o território pontifício. Em 22 de janeiro de 1506, 150 soldados suíços, comandados pelo Capitão Kaspar von Silenem, escolhidos entre os melhores soldados suíços, foram para o Vaticano tendo sido abençoados por Júlio II.

Durante o pontificado de Clemente VII (1523-1534), esses soldados suíços da guarda do Papa tiveram que enfrentar um grande combate em 06 de maio de 1527, quando o imperador Carlos V invadiu Roma com cerca de dezoito mil homens pertencentes ao seu exército. Os guardas suíços do Papa lutaram bravamente e 108 deles morreram no combate, sendo que tombaram 800 dos mil que os atacaram. Além disso, fizeram um cordão de isolamento em torno do Papa Clemente VII, levando-o em segurança até o Castelo de Santo Ângelo, que era o refúgio dos Papas quando atacados. A partir deste fato histórico e heroico, os guardas suíços ficaram sendo até hoje os guardiões do Papa.

A Guarda Suíça dá segurança às autoridades estrangeiras que visitam oficialmente o Vaticano, assistem o Papa durante as suas viagens apostólicas e nas suas aparições na Praça de São Pedro. Nem sempre estão com a farda de costume; às vezes estão à paisana, como guarda-costas e misturam-se à multidão, utilizando equipamentos de segurança de última geração.

Hoje a Guarda Suíça é composta de 109 membros, sendo cinco oficiais, 26 sargentos e cabos e 78 soldados.


Esses soldados são recrutados rigorosamente, e prestam um juramento levantando os três dedos da mão, símbolo da Santíssima Trindade, durante a cerimônia de juramento de defesa do Papa até a morte se for preciso. Para tornar-se um soldado desta Guarda Pontifícia há uma rígida seleção. É preciso ser católico, pois devem participar todos os dias das diversas celebrações litúrgicas no Vaticano. É necessário ter a cidadania suíça em honra aos 108 suíços que morreram na batalha de 1527. Somente são admitidos homens, com boa saúde física e psicológica. Os soldados devem ser solteiros, mas os oficiais, sargentos e cabos podem ser casados. Todos devem dormir no Vaticano.

Todos passam por um curso básico de preparação ministrado pelo exército suíço, recebendo um certificado de aptidão. Devem ter uma conduta irrepreensível, formação profissional, capacidade de aprendizagem e maturidade. Podem ser admitidos entre 19 e 30 anos de idade.

O uniforme da Guarda Suíça atual foi desenhado por Jules Répond, então Capitão da Guarda. É de uma malha de cetim, nas cores azul-real, amarelo-ouro e vermelho-sangue. O capacete é ornado com uma pluma de cor vermelha e as luvas são brancas. É um uniforme elegante que simboliza a nobreza e o orgulho de servir ao Sumo Pontífice. No dia 06 de maio de 2006, o Papa Bento XVI, presidiu uma Missa Solene celebrando os 500 anos da Guarda Suíça Pontifícia. Em sua homilia afirmou:

“Entre as numerosas expressões da presença dos leigos na Igreja católica, encontra-se também a da Guarda Suíça Pontifícia, que é muito singular porque se trata de jovens que, motivados pelo amor a Cristo e à Igreja, se põem ao serviço do Sucessor de Pedro.

Para alguns deles a pertença a este Corpo de Guarda limita-se a um período de tempo, para outros prolonga-se até se tornar opção para toda a vida. Para alguns, e digo-o com profundo prazer, o serviço no Vaticano contribuiu para maturar a resposta à vocação sacerdotal ou religiosa. Mas para todos, ser Guardas Suíços significa aderir sem limites a Cristo e à Igreja, prontos por isso a dar a vida. O serviço efetivo pode terminar, mas dentro permanece-se sempre Guardas Suíços”.

Por: Prof. Felipe Aquino

"O que nos propomos a fazer é um cantinho de Portugal no novo Museu Nacional no Rio, seria muito bacana"

 

Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional no Rio de Janeiro, palácio que chegou a ser casa de D. João VI no Brasil e ardeu em 2018, esteve em Lisboa, Porto e Coimbra para convencer os museus a doar peças



Visitei o Museu Nacional do Rio de Janeiro em setembro de 2017, um ano antes do incêndio. O edifício, que foi palácio da família real portuguesa e da imperial brasileira, continua destruído ou há algum tipo de reconstrução em curso?
Não. A destruição foi muito grande. Não há ponto do palácio, que tem uma área de 12 mil m2, que não tenha sido afetado pelo incêndio, então foi uma coisa muito devastadora para nós. Tendo esse contexto, o palácio tinha três pisos e todos caíram. O resultado é uma grande área de escombros. E no meio dos escombros havia algum material que podia ser recuperado. Nesse contexto, no que foi a parte interior do palácio, foram pouquíssimas áreas, como as escadas da entrada, preservadas por não terem andares em cima. O restante teve um efeito muito forte. O que sobrou foi a fachada e um pouco da escada.

A ideia será reconstruir o exterior mas ao mesmo tempo vão tentar um interior diferente, mais adaptado às funções de um museu?
É mais ou menos nessa linha. O Museu Nacional nasceu dentro de uma estrutura, uma edificação, que era uma casa que pertenceu a um mercador, antes de D. João VI chegar ao Brasil, que veio a reformular essa casa para sua habitação e foi sendo reconstruída até se transformar no castelo da Quinta da Boavista, com D. Pedro I e D. Pedro II. Depois de D. Pedro II não houve grandes mudanças. Retiraram um observatório que D. Pedro II tinha no torreão norte. A ideia agora é manter a fachada original, restaurar os telhados mais parecidos possíveis com o que era, com produtos modernos, e dentro do interior uma coisa contemporânea. Porém, queremos recuperar as salas históricas, porque no nosso circuito temos quatro linhas principais que pretendemos expor, e uma delas é a histórica, que vai contar não apenas a história do Brasil, mas também tudo que aconteceu naquela edificação ao longo do tempo.

Entre todo o espólio de História Natural, havia também salas que tinham móveis da família real. Continuará, pois, a haver salas dedicadas à memória da família imperial?
Nas salas históricas pretendemos fazer algumas coisas. Por exemplo: queremos recuperar a sala do trono, a sala dos embaixadores, queremos recuperar o gabinete de D. Pedro II, que não tínhamos, e queremos ter um espaço dedicado à imperatriz Leopoldina. Essas áreas estão no nosso plano, isso queremos fazer.

SUBSCREVER

Esta sua visita a Portugal para obter peças para o Museu não se limitou a objetos relacionadas com os Bragança , estamos a falar também da possível doação de peças de âmbito mais científico, certo?

Perfeitamente. O Museu Nacional é um museu de História Natural e Antropologia e tínhamos peças de todo o mundo. O maior desafio que temos é justamente refazer as nossas coleções, então precisamos de material diverso como minerais, fósseis, materiais geográficos, plantas, enfim, toda uma diversidade de material e não apenas do Brasil. O museu não é local, por isso é que precisamos dessa intensa colaboração do exterior e esse foi o principal motivo da minha viagem. Pretendo voltar a Portugal já em fevereiro de 2022, e vou voltar com a equipa técnica que está à frente das novas exposições. A ideia é trazer três pessoas para fazerem um workshop no Museu de História Natural e das Ciências, da Universidade do Porto. Já conversamos com os responsáveis e eles concordaram em receber-nos para passarmos lá uma semana a trabalhar em conjunto com eles e fazer esse intercâmbio, que é salutar para ambas as instituições.

Desta sua visita a Portugal, sei que houve do Museu da Universidade de Coimbra compromisso de doações. Houve mais promessas?

Houve mais, isto foi só o início. Sabemos o quão difícil é receber doações. Todos os museus são muito ciosos das suas peças e tem de ser assim, mas também é verdade que os museus têm muitas peças, milhões, às vezes, e muitas delas dentro de uma gaveta. E talvez essas peças estejam melhor em exposição, noutro país, a contar a história e cultura portuguesa.

Têm tido receptividade dos museus?

Nestes momentos eles têm muito material para trabalhar e estamos a estudar viabilidades. O Brasil tem de merecer essas novas coleções e só vamos merecer se fizermos a nossa parte - e estamos a fazer. E foi para dar essa segurança às instituições portuguesas que eu vim aqui, e que devo voltar em fevereiro e fazer uma apresentação também em Coimbra. Já tinha feito uma primeira em Lisboa, e até talvez faça uma no Porto, levando à comunidade brasileira e portugueses que queiram saber mais sobre o Museu Nacional.

Tem falado com instituições de outros países além de Portugal para as doações. Aqui conta muito a solidariedade científica internacional ou, apesar de tudo, a ligação histórica de Portugal ao Brasil conta muito?
Para dizer a verdade, temos solidariedade muito grande de vários países. Por exemplo, já 26 instituições alemãs fizeram cartas abertas de compromisso em ajudar o Museu Nacional em questões de acervo. Temos uma campanha no site "recompoe.mn.frj.br", muito fácil de encontrar, e ali pode-se ver essa carta publicada.

A comunidade científica internacional sente obrigação moral de ajudar um país como o Brasil e um museu como o do Rio de Janeiro?
Na realidade, a situação que colocámos é que feliz ou infelizmente o Museu Nacional transformou-se num projeto que pode mostrar ao mundo o que é que a solidariedade internacional no campo científico e cultural pode produzir, então somos uma grande oportunidade. Em relação a Portugal, claro que os laços afetivos fazem-nos esperar a ajuda de Portugal. Íamos ter uma reunião com a Ministra da Cultura, que não aconteceu devido à situação política, mas Graça Fonseca já transmitiu solidariedade e de que forma efetiva as instituições portuguesas poderão vir a ajudar o Museu Nacional.

Acha que é possível com essas doações, e com o que sobreviveu, o Museu Nacional voltar a ser instituição de destaque nas Américas?
Mas com certeza. É justamente a nossa oportunidade e o grande objetivo que temos, este de fazer no Brasil com o Museu Nacional uma instituição na qual outras instituições sul-americanas poderão estar representadas. Se isso der certo, a partir daí podemos ter um movimento internacional de ajuda a várias outras instituições, para evitar que outra tragédia como a que nos aconteceu se repita.

O enorme meteorito que estava à entrada resistiu bem ao fogo?<
Com toda a certeza. Para o Bendegó, que é o maior meteorito no Brasil, com mais de cinco toneladas, aquilo foi só um calorzinho a mais.

Neste momento está guardado?

Está na posição onde sempre esteve, devidamente protegido.

Um último apelo aos portugueses no sentido de ajudar o Museu?

Queria só reiterar a ideia de que precisamos de ajuda de particulares, tanto de brasileiros radicados em Portugal, como de portugueses. Temos quatro circuitos positivos (universo e vida; histórico; diversidade cultural e ambientes brasileiros) e queremos sempre fazer paralelo com o que acontece em outros continentes. O que nos propomos a fazer é um cantinho de Portugal no novo Museu Nacional, seria muito bacana se conseguíssemos. E por isso precisamos de ajuda não só das instituições portuguesas, mas também de coleções particulares.

leonidio.ferreira@dn.pt