
Nascido na Europa dos anos 1930, o movimento suprapartidário se espalha pelo mundo como resistência aos governos de extrema-direita e tem sua história contada por Mark Bray em Antifa – O manual antifascista.
O livro foi lançado em agosto de 2017, quando manifestações de supremacistas brancos deixaram uma militante antifascista morta e mais de 30 feridos em Charlottesvile, na Virginia.
“Os fascistas chegaram ao poder pelas vias legais”, diz a primeira lição do livro, que foi publicado em português ano passado pela Autonomia Literária. O símbolo do movimento dominou os protestos que, no domingo, 31 de maio, tomaram a Avenida Paulista em favor da democracia. No mesmo dia, Donald Trump tuitou: “OS EUA classificarão o Antifa como grupo terrorista”.
Alguns fatos merecem uma visão mais acurada, tais como a marcha de Mussolini em Roma, que foi só uma encenação com o objetivo de legitimar o convite anterior para que ele formasse um governo. O Putsch de Munique de Hitler, em 1923, fracassou completamente. Sua ascensão final ao poder veio quando o presidente Hindenburg o nomeou chanceler. A lei que lhe concedeu plenos poderes foi aprovada pelo parlamento.

Para os militantes antifascistas, esses fatos históricos põem em questão a fórmula liberal de oposição ao fascismo. A essência dessa fórmula é a crença no debate racional para se contrapor às ideias fascistas, na polícia para se contrapor à violência fascista, e nas instituições republicanas para se contrapor às tentativas fascistas de tomar o poder. Sem dúvida, essa fórmula funcionou algumas vezes. Mas em outras tantas não funcionou.
Onde quer que tenha havido revolução, houve contrarrevolução. Para cada Tomada da Bastilha, houve um Termidor. Depois da Comuna de Paris, centenas foram executadas e milhares foram presos e deportados. Mais de cinco mil presos políticos foram assassinados e 38 mil pessoas foram detidas após a fracassada Revolução Russa de 1905, quando também ocorreram 690 pogroms antissemitas, que mataram mais três mil judeus.7 Os radicais europeus e as minorias étnicas conhecem bem a violência reacionária tradicional.
No entanto, o fascismo representava algo novo. Suas inovações ideológicas, tecnológicas e burocráticas abriram as portas para que a Europa promovesse em seu próprio território as guerras de extermínio que ela havia exportado para todo o mundo por meio do imperialismo e do genocídio.
Brasil 2020

Desde o início da quarentena imposta pela pandemia de Corona vírus, o Brasil assiste semanalmente manifestações de apoio ao governo eleito em 2018, mas nenhuma havia gerado tanto barulho nas ruas como o ato convocado por torcidas antifascistas na avenida Paulista, no último domingo.
Torcedores esqueceram a rivalidade no campos futebolístico e deram-se as mãos em defesa da democracia, coletivos originários do futebol também realizaram protesto coordenado em pelo menos outras 15 cidades, a exemplo de Belo Horizonte, Porto Alegre e Rio de Janeiro, onde torcedores dos principais clubes cariocas engrossaram não só empunhando a bandeira do antifascismo mas também em uma marcha contra o racismo que vem ceifando vidas, notadamente nas comunidades mais pobres das grandes cidades.
A articulação do movimento partiu de grupos identificados com o antifascismo, embora lideranças de torcidas organizadas como Gaviões da Fiel e Torcida Jovem do Santos, tenham apoiado e participado dos atos. Também endossou os protestos a Associação Nacional das Torcidas Organizadas (Anatorg), que conta com mais de 200 afiliadas e faz questão de frisar que a manifestação “não é de direita ou esquerda”, mas em oposição a movimentos ultraconservadores, supremacistas e fascistas.
A oposição ao governo federal não é consenso nas torcidas organizadas e gerou desconforto entre membros que preferem evitar a associação a movimentos antifascistas. Uma das maiores organizadas do São Paulo, a Dragões da Real afirmou que, embora se considere uma organização antifa, não pretende orientar seus sócios a seguirem uma orientação política específica. “O que nos une é o São Paulo Futebol Clube. Fora disso, cada um que escolha seu caminho. Não se pratica democracia com ato antidemocrático.
Referência: MARK BRAY
A articulação do movimento partiu de grupos identificados com o antifascismo, embora lideranças de torcidas organizadas como Gaviões da Fiel e Torcida Jovem do Santos, tenham apoiado e participado dos atos. Também endossou os protestos a Associação Nacional das Torcidas Organizadas (Anatorg), que conta com mais de 200 afiliadas e faz questão de frisar que a manifestação “não é de direita ou esquerda”, mas em oposição a movimentos ultraconservadores, supremacistas e fascistas.
A oposição ao governo federal não é consenso nas torcidas organizadas e gerou desconforto entre membros que preferem evitar a associação a movimentos antifascistas. Uma das maiores organizadas do São Paulo, a Dragões da Real afirmou que, embora se considere uma organização antifa, não pretende orientar seus sócios a seguirem uma orientação política específica. “O que nos une é o São Paulo Futebol Clube. Fora disso, cada um que escolha seu caminho. Não se pratica democracia com ato antidemocrático.
Referência: MARK BRAY
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