
Descoberto em 2019 no Brasil, o homem que conseguiu fugir da prisão Ilha do Diabo em 1953, inspirou a trama do livro Papillon e teve duas versões para o cinema de 1973 e 2017
A fantástica história de Henri Charrière, ou simplesmente Papillon, como ficou conhecido devido uma tatuagem de borboleta no peito, é retratada no livro que teria sido escrito por ele mesmo, mas cuja farsa foi posteriormente descoberta. Como o tomo tem incríveis 728 páginas, no primeiro momento teme-se que em algum momento vai se tornar entediante, mas isso não ocorre pela riqueza de detalhes e uma história tão nem amarrada rica que é impossível não continuar lendo até o final.
Papillon foi um francês, ex-militar, que acabou no mundo do crime, onde aplicou vários golpes em Paris, nos anos de 1930. Sua especialidade era nada menos que abrir cofres. Após ser condenado injustamente por assassinato, foi sentenciado à prisão perpétua e enviado como trabalhador forçado para Guiana Francesa, onde localiza-se a Ilha do Diabo.
O livro merece ser lido e isso é fato, mas a história creditada a Henri Cahrrière, é uma farsa. De acordo com as incontestes investigações, ele na verdade roubou a história de René Belbenoít, que liderou uma fuga da ilha, na qual estava Charière.
Segundo investigação da PF, o verdadeiro Papillon morou no Brasil após a fuga, mais precisamente em Roraima, onde morreu aos 73 anos, em 1978, conforme reportagem da revista brasileira, ISTOÉ.
Filme de 1973

O livro que prende o leitor, entre outros ingredientes, pela tenaz luta pela sobrevivência e a vontade de ser livre são cativantes, acabou virando um filme estrelado por Steve McQueen, em 1973, e em 2018, Papillon retornou aos cinemas, agora com Charlie Hunnam no papel principal e Rami Malek como Degas.
Não tem como tecer comparativos entre as duas produções. No quesito atuação, os dois se equivalem, mas vale ressaltar a força comercial do elenco da primeira versão, capitaneado por. Steve McQueen e Dustin Hoffman, protagonistas do longa, e que mandaram muito bem.
Não tem como tecer comparativos entre as duas produções. No quesito atuação, os dois se equivalem, mas vale ressaltar a força comercial do elenco da primeira versão, capitaneado por. Steve McQueen e Dustin Hoffman, protagonistas do longa, e que mandaram muito bem.
Nova versão


A segunda versão tem como ponto positivo seu início, onde mostra a vida de Charière antes da prisão. Esse momento da história não está no filme com McQueen. O longa, estrelado por Hunnam, também se mantém mais fiel ao livro em seu início, mas peca ao não retratar um dos momentos mais marcantes da história, que é a passagem de Papillon pela Ilha dos Pombos, uma colônia de leprosos.
Apesar de duas boas adaptações, as duas versões não são fidedignas em relação ao livro, principalmente no episódio da fuga do hospital e em seus desdobramentos. Muitos dirão que o primeiro filme é melhor por se tratar de um clássico. Ok! Ele é sim um clássico e tem, além de McQueen e Hoffman como protagonistas, o ponto positivo de ter chegado ao Brasil em 1974, em pleno período de repressão militar, onde os direitos eram suprimidos. A identificação com o filme é inevitável, já que Papillon sofreu forte repressão dos direitos enquanto estava preso.
A história de Papillon”

Apesar de duas boas adaptações, as duas versões não são fidedignas em relação ao livro, principalmente no episódio da fuga do hospital e em seus desdobramentos. Muitos dirão que o primeiro filme é melhor por se tratar de um clássico. Ok! Ele é sim um clássico e tem, além de McQueen e Hoffman como protagonistas, o ponto positivo de ter chegado ao Brasil em 1974, em pleno período de repressão militar, onde os direitos eram suprimidos. A identificação com o filme é inevitável, já que Papillon sofreu forte repressão dos direitos enquanto estava preso.
A história de Papillon”
Henri Charrière tornou-se reconhecido mundialmente após a publicação de seu livro Papillon, em 1969. Nele, o autor contava sobre sua fuga da Ilha do Diabo, um complexo de presídios mantidos pela França na Guiana Francesa, no ano de 1935.
Entretanto, pouco tempo depois foi descoberto que Charrière era na verdade uma farsa. O verdadeiro autor do livro foi René Belbenoît, outro fugitivo que liderou um grupo de presos, que contava com Charrière, como relata em seu livro A Ilha do Diabo, vencedor do Prêmio Pulitzer de 1938.
Após a fuga, René trabalhava no garimpo de ouro e diamantes na Guiana Inglesa com seus amigos quando, em 1940, decidiram vir para o Brasil após as tropas de Hitler invadirem a França, o que deixou o Reino Unido na mira nazista e preocupou Belbenoît por causa do domínio alemão.
Decididos a vir para território brasileiro, René, Maurice Habert, Joseph Guillermin Marcel, Charrière e Roger atravessaram o rio Demerara de barco e fizeram uma caminhada de 23 dias até chegarem às margens do rio Maú. Ali eles se sentiram seguros e decidiram reiniciar suas vidas.
Com um bom dinheiro guardado que havia recebido com a venda de seus livros nos Estados Unidos, acabou investindo no garimpo de ouros e diamantes, e colaborava com americanos interessados em pesquisa mineral na região.
Enquanto esteve no Brasil, René também se envolveu em crimes. Em 1942, ele comandou um assalto a uma filial da empresa JG Araújo, em Boavista, que foi bem-sucedido. Este caso serviu de inspiração para seu livro publicado anos depois chamado Banco, que também acabou sendo roubado por Charrière.
Entretanto, pouco tempo depois foi descoberto que Charrière era na verdade uma farsa. O verdadeiro autor do livro foi René Belbenoît, outro fugitivo que liderou um grupo de presos, que contava com Charrière, como relata em seu livro A Ilha do Diabo, vencedor do Prêmio Pulitzer de 1938.
Após a fuga, René trabalhava no garimpo de ouro e diamantes na Guiana Inglesa com seus amigos quando, em 1940, decidiram vir para o Brasil após as tropas de Hitler invadirem a França, o que deixou o Reino Unido na mira nazista e preocupou Belbenoît por causa do domínio alemão.
Decididos a vir para território brasileiro, René, Maurice Habert, Joseph Guillermin Marcel, Charrière e Roger atravessaram o rio Demerara de barco e fizeram uma caminhada de 23 dias até chegarem às margens do rio Maú. Ali eles se sentiram seguros e decidiram reiniciar suas vidas.
Com um bom dinheiro guardado que havia recebido com a venda de seus livros nos Estados Unidos, acabou investindo no garimpo de ouros e diamantes, e colaborava com americanos interessados em pesquisa mineral na região.
Enquanto esteve no Brasil, René também se envolveu em crimes. Em 1942, ele comandou um assalto a uma filial da empresa JG Araújo, em Boavista, que foi bem-sucedido. Este caso serviu de inspiração para seu livro publicado anos depois chamado Banco, que também acabou sendo roubado por Charrière.
Belbenoît conseguiu publicar seus livros nos EUA através de sua amizade criada com a escritora americana Blair Niles, ainda na prisão. Os dois haviam criado um acordo onde um dos fugitivos, que o nome não foi revelado, iria para os Estados Unidos assumir a identidade de René Belbenoît. A ideia surgiu como forma de medida de segurança para aqueles que ficariam na América do Sul.
Henri Charrière morreu em 1959, na Califórnia. A cremação de seu corpo foi de grande importância para revelar a verdadeira identidade do autor de Papillon, em 2019 aqui no Brasil.
A verdadeira identidade foi descoberta através da comparação de fotos dos dois, tiradas em 1973. A investigação durou cerca de seis meses até chegarem a conclusão de que o real René Belbenoît era o que morreu e foi enterrado no Brasil.
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