
A empresa por ela criada, a C.R. Patterson & Sons, fechou as portas em 1939, devido a problemas financeiros causados pela Grande Depressão, mas a sua história está preservada pelo Museu Nacional da História e Cultura Afro-Americana, do Instituto Smithsonian
Charles Richard Patterson nasceu em 1833, numa plantação, no estado da Virgínia. Charles se libertou entre 1840 e 1861, indo se estabelecer na cidade de Greenfield, no estado de Ohio, onde aprendeu o oficio de ferreiro e adquiriu notoriedade entre os comerciantes de carruagens.
Em 1873, se tornou sócio de um empresário branco chamado J.P. Lowe e juntos fizeram grande sucesso na construção de veículos com tração equina. No ano de 1893, Patterson comprou a parte de Lowe e fundou a C.R. Patterson & Sons Company, a primeira e única montadora de veículos terrestres fundada e gerida por afro americanos.
A empresa desenvolveu 28 modelos de carruagens para uso pessoal e profissional, sendo capaz de empregar algo por volta de 15 funcionários. Seu bom desempenho comercial tornou a família Patterson rica e respeitada.

Charles morreu em 1910, deixando a empresa para seu filho Frederick, um jovem estudioso e atleta talentoso, que logo deixou as charretes de lado para entrar no mercado de automóveis. No início, a companhia trabalhava apenas com reparos e melhorias, mas em 1915 montou seu primeiro carro, o Patterson-Greenfield, com capacidade para cinco passageiros, custando US$ 685,00.
A quem diga que o produto dos Pattersons era superior ao Modelo T de Ford, mas C.R. Patterson & Sons nunca foi capaz de produzir em larga escala. Estima-se que a empresa produziu 150 veículos até 1918, quando abandou a produção e voltou ao ramo dos reparos.
Em 1920, passou a produzir carrocerias para ônibus e caminhões, se mantendo lucrativa até 1929, quando a Grande Depressão comprometeu as vendas. Sob a direção dos filhos de Frederick, o negócio sobreviveu até 1939, quando foi à bancarrota.
Não é um final feliz, mas organizações são como seres vivos, elas nascem, vivem e morrem. Sabemos que a Ford ainda está ativa, mas a C.R. Patterson foi fundada no século XIX, por um negro que fugiu da escravidão. Charles superou todos os obstáculos, que a sociedade colocou no seu caminho, e abriu a empresa que sustentou sua família por quatro décadas. Atualmente no Brasil, a maioria das empresas não passa dos cinco anos.
O inédito feito de Patterson e seus filhos está preservado no Museu Nacional da História e Cultura Afro-Americana, mas a instituição não tem registro de unidades preservadas do pioneiro Patterson-Greenfield. Porém, a história da família que emergiu da escravidão para comandar um negócio que perdurou por gerações está aí para ser contada, admirada e seguida.
Referência: https://blackbluebusiness.blogspot.com/
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