As letras do forró com duplo sentido, começaram a surgir no início dos anos 70, ainda de forma mais brejeira do que beirando a pornografia, mas elas foram se apimentando e algumas delas se tornaram mais explícitas do que subliminares
A cantora baiana Ivete Sangalo fez uma live no último sábado, 20, com um ótimo repertório de forró, com apenas duas escorregadas com músicas da rainha do sertanejo, Marília Mendonça. A certa altura do “Arraiá da Veveta”, mostrando sempre seu lado irreverente, ela interpretou duas músicas com letras de duplo sentido, que fizeram muito sucesso na década de 80, "Peguei no grilo dela" e "Centavos Novos”.
As primeiras músicas representantes dessa “moda”, duplo sentido, mas não escancaradas, foram “Ovo de codorna” e “Capim Novo”, gravadas por Luiz Gonzaga, além de “Procurando tu” e “Você tá boa”, grandes sucessos do repertório do Trio Nordestino.
Logo depois, até mostrando uma nova face do país que saía dos grilhões da censura da ditadura de 64, outros artistas aproveitaram esse filão e fizeram muito sucesso. Eram letras maliciosas e, quase sempre, com cunho sexual, ainda que de forma disfarçada, mas cujas rimas deixavam claro o objetivo das composições.
Vejamos abaixo alguns representantes desse movimento e como alcançaram o sucesso no mundo da música.
Zé Duarte
Vejamos abaixo alguns representantes desse movimento e como alcançaram o sucesso no mundo da música.
Zé Duarte

Intérprete de sucessos como “Velho Careca” e “Fede, mas é Gostoso”, Zé Duarte fez sucesso nos anos 80 com músicas de duplo sentido e ficou muito famoso no Nordeste. Hoje, o artista mora em São Paulo e adota uma linha de forró mais eclética.
Clemilda
Clemilda

A alagoana Clemilda, morta em 2014, aos 78 anos, foi um dos ícones do Forró de duplo sentido. Seus principais sucessos foram “Forró cheiroso” e “Prenda o Tadeu”. A cantora, que chegou a ganhar dois discos de ouro, gravou algumas versões remix dos seus principais sucessos e ficou na ativa até os últimos dias de vida.
Zenilton
Zenilton

Ainda na ativa, aos 77 anos, mas um pouco sumido do cenário forrozeiro, o cantor Zenilton fez bastante sucesso nos anos 70 e 80 e gravou 19 discos ao longo da carreira. “Comilho Cru” e “O Gato da Rosinha” foram as suas canções mais executadas.
Sandro Becker
Sandro Becker

Atualmente se dividindo entre a Bahia, Pernambuco e o Rio Grande do Norte, Sandro Becker fez muito sucesso nos anos 80 com músicas “Julieta” e “Gatinho Angorá”, que ganhou inúmeras versões. Seu forte era a rima a gargalhada presente em todas as faixas dos seus mais de 30 discos. Com cerca de 40 anos de carreira, Sandro se apresenta todas as quintas-feiras no bar Cubanakan, em Salvador, capital baiana.
Genival Lacerda
Genival Lacerda
Com 66 anos de carreira e 84 de idade, Genival Lacerda é um fenômeno da música nordestina. Ainda na ativa e fazendo shows por todo o Brasil, o artista é irreverente e possui um estilo singular. Atualmente, mistura antigos sucessos de duplo sentido com ritmos genuínos como xote, xaxado e baião. Dentre seus principais sucessos da carreira, podemos destacar “De quem é esse jegue”, “Mate o veio”, “Radinho de Pilha” e “Chevete da Menina”.
Texto: Euriques Carneiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será publicado após análise.
Obrigado!