sexta-feira, 29 de maio de 2020

“A Noite dos Cristais” marca a guinada de violência da Alemanha nazista contra os judeus


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Organizada pelo então ministro da Propaganda da Alemanha, Joseph Goebbels, a “Noite dos Cristais” é considerada o primeiro ataque físico da ditadura nazista contra os judeus e foi, na prática, o prelúdio do que ficou conhecido como holocausto
Durante a semana em curso, um ministro citou “A Noite dos Cristais” em uma postagem em uma rede social, gerando uma grande curiosidade sobre o tema, razão pela qual, essa matéria foi formatada.

Noite da perseguição

Noite dos Cristais, o que foi? História, como ocorreu e práticas ...

O infame evento foi um grande pogrom organizado pelo governo nazista contra os judeus na Alemanha entre 9 de novembro e 10 de novembro de 1938. A palavra pogrom é utilizada para se referir a um ataque violento organizado contra determinado grupo. O pogrom Noite dos Cristais foi realizado pelo governo alemão contra a população judia que residia no país.

Esse evento é visto de maneira simbólica por muitos historiadores, pois consolidou a guinada de violência na Alemanha contra os judeus e deu, de fato, abertura ao processo de encarceramento de judeus em campos de concentração. Até então, as ações contra judeus eram realizadas nos campos político e jurídico (apesar de ataques violentos também acontecerem). Com a Noite dos Cristais, a mensagem dada para os judeus era de que a violência contra eles aumentaria consideravelmente.

“[A ‘Noite dos Cristais’] É o marco dessa perseguição nazista, o início da destruição dos judeus. Foi a partir dessa noite que ficou claro que os judeus seriam fisicamente destruídos na Alemanha e na Áustria. Já não era mais um discurso, uma teoria; a ameaça passou a se concretizar” (Marcio Pitliuk)

O nome “Noite dos Cristais” dado a esse pogrom faz menção aos cacos de vidros que se espalharam pelas grandes cidades alemãs, decorrentes da destruição de vidraças de lojas que pertenciam a judeus. 


Por que aconteceu o pogrom contra os judeus em 1938?

Os planos de Hitler para os judeus da Alemanha eram simples: o líder da Alemanha tinha como objetivo máximo expulsar todos os judeus de seu país. A ideologia nazista era extremamente antissemita, e esse ódio já era manifestado na sociedade alemã desde o século XIX.

Naquele momento, em 1938, a situação dos judeus era extremamente delicada em diversos sentidos, pois sofriam cada vez mais com a discriminação que existia na sociedade alemã e muitos de seus direitos civis e liberdades individuais estavam sendo retirados pelos nazistas. O pogrom de 1938 inaugurou a fase da violência e do aprisionamento dos judeus. 
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A Noite dos Cristais foi organizada pelo Partido Nazista como uma resposta ao assassinato do diplomata alemão Ernst vom Rath. O diplomata residia em Paris e foi vítima de um atentado realizado por Herschel Grynszpan, estudante judeu de 17 anos. Esse estudante era polonês de nascimento, mas cresceu na Alemanha e estava revoltado por seus pais terem sido expulsos do país.

No dia 8 de novembro de 1938, Grynszpan foi à embaixada alemã em Paris com um revólver na intenção de assassinar o embaixador alemão na França. O estudante polonês, no entanto, acabou vitimando o diplomata Ernst vom Rath. Esse episódio foi utilizado pelos nazistas para reforçar a propaganda antissemita na Alemanha.

Logo após a notícia do atentado espalhar-se, ataques contra judeus foram organizados espontaneamente na Alemanha. O que veio a seguir, porém, foi uma ação coordenada pelo governo nazista que aconteceu em todo o território alemão. Hitler e Goebbels, ministro da propaganda nazista, reuniram-se e decidiram usar o caso para atacar a comunidade judia.

As ordens de Hitler e de Goebbels para os membros do partido foram diretas e ordenavam que ataques contra os judeus fossem organizados no país. Esses ataques, porém, deveriam acontecer de uma maneira que aparentasse não envolver o governo alemão. A ideia, portanto, era fazer com que o ataque contra os judeus passasse a impressão de ação espontânea da população.

Com essa ordem transmitida, os funcionários do Partido Nazista começaram a entrar em contato com líderes partidários locais e com as tropas de assalto, passando-lhes instruções de como proceder no ataque contra judeus. 
As instruções incluíam algumas ordens:

· Não deveriam acontecer pilhagens (saques);

· Judeus estrangeiros não deveriam ser atacados em hipótese alguma;

· Lojas judaicas não deveriam ser incendiadas para não danificar propriedades de alemães.

Com as instruções fornecidas, os grupos de nazistas, a maioria vinculada às tropas de assalto (SA), mobilizaram-se e partiram para o ataque contra os judeus. A maior parte dos que participaram da Noite dos Cristais estava sem uniforme, uma vez que o ataque deveria parecer espontâneo, sem nenhuma vinculação com o partido. 

As consequências da Noite dos Cristais 

A Noite dos Cristais tinha sido, até aquele momento, o maior ataque organizado pelos nazistas contra os judeus na Alemanha. Apesar de toda a agressão já praticada, a Alemanha ainda não havia presenciado um ataque daquela proporção contra os judeus em todo o país. Os membros do nazismo foram incentivados pelo alto-comando a praticar violência contra os judeus, e a polícia alemã foi instruída a não impedir esses ataques, além de ter sido orientada a prender os judeus.

Muitos dos que participaram do pogrom comemoravam os 15 anos do Putsch da Cervejaria, tentativa de golpe realizada pelos nazistas na Baviera em 1923. A escalada da violência foi sem precedentes. Os nazistas atacaram sinagogas, lojas e residências judias por todo o país. Além disso, milhares de pessoas foram agredidas e muitas morreram em decorrência das agressões. 
A Noite dos Cristais (1938) - Resumo - História - Escola Educação

O historiador Richard J. Evans fez um resumo do estrago causado durante o pogrom realizado em 1938:

· Registraram-se 520 sinagogas destruídas. No entanto, essa quantidade, provavelmente, foi superior a 1000.

· Entre 7500 e 9000 lojas de judeus foram destruídas.

· Oficialmente, 91 pessoas morreram durante os ataques, mas o número real de mortos pode ter sido superior a 1000.

· 30 mil pessoas foram presas e encaminhadas para campos de concentração.

· Os prejuízos materiais foram calculados em 39 milhões de reichsmarks.

Após o ápice dos ataques, muitos judeus mudaram-se dos locais onde viviam, temerosos que novos ataques acontecessem. Outros ficaram escondidos em suas casas, temendo ser agredidos caso aparecessem nas ruas. Os 30 mil judeus presos foram encaminhados para três campos de concentração: Dachau, Buchenwald, Sachsenhausen. O pogrom foi encerrado por meio de uma ordem emitida por Goebbels em 10 de novembro de 1938

Referência: historiadomundo.com.br


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