quarta-feira, 25 de março de 2020

“Maio de 68” – Um marco nas relações de trabalho na França


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Maio Francês ou Maio de 68, nome com o qual são conhecidos os acontecimentos sucedidos na França em 25 de março da primavera de 1968, marcou indelevelmente a história francesa

Tudo começou com a ocorrência de uma série de greves estudantis em numerosas universidades e institutos de Paris, seguidas de confrontos entre a universidade e a polícia. A tentativa do presidente De Gaulle de terminar com as greves mediante uma maior carga policial só contribuiu para acender os ânimos dos estudantes, que protagonizaram batalhas campais contra a polícia no Bairro Latino e, posteriormente, uma greve geral de estudantes e distúrbios diversos secundados por dez milhões de trabalhadores em todo o território francês (dois terços dos trabalhadores franceses).

Os protestos chegaram a tal ponto que De Gaulle dissolveu a Assembleia Nacional e foram feitas eleições parlamentares antecipadas em 23 de junho de 1968. A época imediatamente anterior a maio de 68 é considerada o boom da pós-guerra; a afiliação aos sindicatos era muito baixa e os salários estavam em alta, mas uma parte dos trabalhadores ainda tinha salários minúsculos apesar de o comércio exterior chegar a se triplicar. 

Universitários & Operários
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Inicialmente, as manifestações estudantis visavam reformas no setor educacional. O movimento cresceu tanto que evoluiu para uma greve de trabalhadores que balançou o governo do então presidente da França, Charles De Gaulle. “Os universitários se uniram aos operários e promoveram a maior greve geral da Europa, com a participação de cerca de 9 milhões de pessoas. Isso enfraqueceu politicamente o general De Gaulle, que renunciou um ano depois”, diz o historiador Alberto Aggio, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Franca (SP).

O estopim foi uma série de conflitos entre estudantes e autoridades da Universidade de Paris, em Nanterre, cidade próxima à capital francesa. No dia 2 de maio de 1968, a administração decidiu fechar a escola e ameaçou expulsar vários estudantes acusados de liderar o movimento contra a instituição. As medidas provocaram a reação imediata dos alunos de uma das mais renomadas universidades do mundo, a Sorbonne, em Paris.

De Gaulle acuado
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Eles se reuniram no dia seguinte para protestar, saindo em passeata sob o comando do líder estudantil Daniel Cohn-Bendit. A polícia reprimiu os estudantes com violência e durante vários dias as ruas de Paris viraram cenário de batalhas campais. A reação brutal do governo só ampliou a importância das manifestações: o Partido Comunista Francês anunciou seu apoio aos universitários e uma influente federação de sindicatos convocou uma greve geral para o dia 13 de maio.

No auge do movimento, quase dois terços da força de trabalho do país cruzaram os braços. Pressionado, no dia 30 de maio o presidente De Gaulle convocou eleições para junho. Com a manobra política (que desmobilizou os estudantes) e promessas de aumentos salariais (que fizeram os operários voltar às fábricas), o governo retomou o controle da situação. As eleições foram vencidas por aliados de Gaulle e a crise acabou, mas ficou para a história uma das maiores mobilizações populares da história.

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