Nascido em 1878 em um território que fazia parte do Império Russo, Josef Vissariónovitch Stálin foi uma das personalidades políticas mais importantes do século 20. Stálin atuou em prol da revolução bolchevique e, a partir de 1924, passou a ser o líder máximo da União Soviética, em um governo marcado por centralização, perseguições políticas, urbanização e industrialização.

O líder soviético comandou o país durante a reação à invasão nazista em 1941 e a ofensiva contra a Alemanha que culminou com a conquista de Berlim em 1945. O evento levou ao fim da Segunda Guerra Mundial na Europa e à consolidação da influência soviética sobre o leste europeu. Em 1953, o líder morreu de hemorragia cerebral, dando início a uma disputa pelo poder dentro da União Soviética.
Esse capítulo da história é narrado em tom de sátira no filme “The death of Stalin” (“A morte de Stálin”, em uma tradução livre), dirigido pelo escocês Armando Iannucci e lançado mundialmente em setembro de 2017. Aprovada em geral pela crítica britânica e americana, e por parte da mídia russa, a obra mostra uma confusa briga palaciana entre figuras históricas.
Filme não agradou o Kremlin

Mas Putin não gostou nada do filme e barrou a exibição. O Ministério da Cultura do país revogou a licença para distribuição do filme e afirma que está realizando uma análise jurídica sobre a obra.
A comédia desagradou a uma parcela importante do atual establishment político russo, que a encarou como ofensiva e desmoralizante em relação ao passado soviético do país. Apesar de a trajetória de Stálin ser associada a perseguições, prisões, execuções em massa e fome em partes da União Soviética, ele também é encarado por grande parcela da população russa como um estadista patriota, que modernizou o país e repeliu a ameaça nazista.
Sua figura tem sido valorizada pelo governo nacionalista do presidente Vladimir Putin, e sua popularidade tem crescido no país. Em uma entrevista com o diretor de cinema Oliver Stone divulgada em 2017 e transformada em série documental, Putin comparou Stálin a Napoleão, e afirmou que, apesar dos “horrores do stalinismo”, o líder é uma “figura complexa”, e que a “excessiva demonização de Stálin é uma das formas de os inimigos da Rússia a atacarem”.
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