Ao estrear em setembro no Festival de Cinema de Veneza, o filme Jackie foi aplaudido de pé – tanto pela excepcional interpretação da atriz principal, Natalie Portman, como para o diretor Pablo Larraín. No fim, o prêmio não foi nem para a atriz americana de origem israelense nem para o cineasta chileno: o produtor de TV e roteirista de Nova York Noah Oppenheim foi quem ganhou um Leão de Prata, de melhor roteiro.
Mas a grande surpresa acontecera já antes de o filme começar a ser rodado: ninguém esperava que um diretor chileno fosse ser encarregado dessa história intrinsecamente americana. Mas talvez tenha sido justamente essa perspectiva de fora que tornou o filme tão interessante.
Jackie, não é uma daquelas biografias opulentas, típicas de Hollywood. "Todo mundo conhece a história do assassinato de John F. Kennedy", observa Larraín. "Mas não pela perspectiva de sua esposa."
E foi precisamente essa a abordagem do diretor: ele examinou como "ambas" as Jacquelines Kennedy viveram aquele fatídico dia de novembro de 1963: o ícone da moda e viúva do presidente, e a pessoa privada em estado de luto. O que ela passou nos dias que se seguiram, afundada no luto e sendo o foco das atenções mundiais, ao lado dos filhos traumatizados?
"Rainha sem coroa"

"Jackie era uma rainha sem coroa que perdeu trono e marido", compara Larraín. Por isso, ele optou por concentrar seu filme na perspectiva interna da protagonista, explica.
Poucos dias depois do assassinato, um repórter da revista Life perguntou a Jackie como ela estava. Essa entrevista e os flashbacks são justapostos com cenas mostrando a viúva chocada e traumatizada diretamente após o tiroteio. As sequências têm uma coisa em comum: Portman, como a primeira-dama, está na tela praticamente ininterruptamente, emprestando densidade e foco ao filme.
"A elegante, culta e amada Jacqueline Kennedy é uma das mulheres mais fotografadas do século 20. Mas sabemos muito pouco sobre ela", explica Larraín. A "mulher introvertida e impenetrável" é provavelmente a "mais conhecida desconhecida da era moderna".
Larraín confessa gostar da noção de que ninguém de fato sabe, hoje, como ela realmente era: "Nunca vamos conhecer a sua aura, o brilho em seus olhos". Consequentemente, seu filme só poderia se compor de "fragmentos, pedaços de lembranças, associações, lugares, imagens, pessoas".
Poucos dias depois do assassinato, um repórter da revista Life perguntou a Jackie como ela estava. Essa entrevista e os flashbacks são justapostos com cenas mostrando a viúva chocada e traumatizada diretamente após o tiroteio. As sequências têm uma coisa em comum: Portman, como a primeira-dama, está na tela praticamente ininterruptamente, emprestando densidade e foco ao filme.
"A elegante, culta e amada Jacqueline Kennedy é uma das mulheres mais fotografadas do século 20. Mas sabemos muito pouco sobre ela", explica Larraín. A "mulher introvertida e impenetrável" é provavelmente a "mais conhecida desconhecida da era moderna".
Larraín confessa gostar da noção de que ninguém de fato sabe, hoje, como ela realmente era: "Nunca vamos conhecer a sua aura, o brilho em seus olhos". Consequentemente, seu filme só poderia se compor de "fragmentos, pedaços de lembranças, associações, lugares, imagens, pessoas".
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