
Nascido João Batista Vale, em Pedreiras, no Maranhão, a 11/10/1933, João do Vale é autor de músicas históricas como Carcará e Peba Na Pimenta, gravadas por nomes como Maria Betânia e outros ícones da MPB
Essa história foi narrada pelo impagável Rolando Boldrin, em dos seus não menos impagáveis programas televisivos e vou relatá-la para os amigos que nos seguem aqui no Artecultural.
Essa história foi narrada pelo impagável Rolando Boldrin, em dos seus não menos impagáveis programas televisivos e vou relatá-la para os amigos que nos seguem aqui no Artecultural.
Euriques Carneiro
João do Vale, já famoso, fazia um show em São Paulo e, da platéia, um sisudo senhor de chapéu de abas largas o observava. No fim da apresentação, ele procurou o artista e se identificou como um próspero fazendeiro do Mato Grosso, - naquele tempo ainda não tinham fatiado o Estado, - e declarou que queria contratá-lo para um show em sua propriedade rural.
Acertaram data e cachê e o contratante avisou-o que o seu avião viria buscá-lo na data aprazada. Show iniciado e após cantar algumas músicas, João entoou sua célebre “Pisa na Fulô” e toda a platéia foi com ele, embalada no refrão da canção:
'Pisa na fulô, pisa na fulô
Pisa na fulô
Não maltrata o meu amor'
E aí se passaram 3 minutos, 5...10 e, como o povo não parava de ‘pisar na fulô', do Valle entrou no mesmo ritmo quando foi aparteado pelo fazendeiro: “o Senhor só tem essa música? Não aguento mais esse ‘pisa na fulô’... E João do Vale respondeu: “tenho sim Senhor, escute essa:”
"Mas plantar prá dividir
Não faço mais isso, não.
Eu sou um pobre caboclo,
Ganho a vida na enxada.
O que eu colho é dividido
Com quem não planta nada.
Se assim continuar
vou deixar o meu sertão,
mesmos os olhos cheios d'água
e com dor no coração.
Vou pró Rio carregar massas
pros pedreiros em construção"
Ele nem chegou a cantar a segunda estrofe e foi de pronto interrompido pelo anfitrião: “Seu moço: não gostei dessa; volte pro “Pisa na Fulô... E se você insistir em cantar essa música de novo, vai voltar para São Paulo a pé. Tamos entendidos?"
João do Vale, já famoso, fazia um show em São Paulo e, da platéia, um sisudo senhor de chapéu de abas largas o observava. No fim da apresentação, ele procurou o artista e se identificou como um próspero fazendeiro do Mato Grosso, - naquele tempo ainda não tinham fatiado o Estado, - e declarou que queria contratá-lo para um show em sua propriedade rural.
Acertaram data e cachê e o contratante avisou-o que o seu avião viria buscá-lo na data aprazada. Show iniciado e após cantar algumas músicas, João entoou sua célebre “Pisa na Fulô” e toda a platéia foi com ele, embalada no refrão da canção:
'Pisa na fulô, pisa na fulô
Pisa na fulô
Não maltrata o meu amor'
E aí se passaram 3 minutos, 5...10 e, como o povo não parava de ‘pisar na fulô', do Valle entrou no mesmo ritmo quando foi aparteado pelo fazendeiro: “o Senhor só tem essa música? Não aguento mais esse ‘pisa na fulô’... E João do Vale respondeu: “tenho sim Senhor, escute essa:”
"Mas plantar prá dividir
Não faço mais isso, não.
Eu sou um pobre caboclo,
Ganho a vida na enxada.
O que eu colho é dividido
Com quem não planta nada.
Se assim continuar
vou deixar o meu sertão,
mesmos os olhos cheios d'água
e com dor no coração.
Vou pró Rio carregar massas
pros pedreiros em construção"
Ele nem chegou a cantar a segunda estrofe e foi de pronto interrompido pelo anfitrião: “Seu moço: não gostei dessa; volte pro “Pisa na Fulô... E se você insistir em cantar essa música de novo, vai voltar para São Paulo a pé. Tamos entendidos?"
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