segunda-feira, 12 de setembro de 2016

A Reunificação das Duas Coreias | Ao contrário do que sugere o título, a peça não trata de política e aborda a temática do amor em suas diversas formas e manifestações


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Inédito no Brasil, o texto do premiado dramaturgo e diretor francês Joël Pommerat, um dos maiores nomes do teatro contemporâneo, é composto por 20 histórias que vão se sucedendo e atravessam as mais diversas e intensas formas de amar

Uma galeria de 46 personagens formando um mosaico que tem no amor o ponto em comum. Contos curtos que trazem embutido em seu núcleo a fórmula emocional da qual nenhum ser humano escapa, já que cada um tem sua própria relação com esse sentimento.

Compondo um ambiente lúgubre e como estão no escuro, duas faxineiras iluminam o palco com suas lanternas. Quando a luz se acende, percebe-se o corpo de um homem pendurado no teto, enforcado. É o marido de uma terceira, que logo chega e desfia impropérios contra o marido, de quem se separou - na verdade, o sujeito ali, sem vida. As amigas tentam impedir que a mulher descubra a tragédia, enquanto ela, depois de muita raiva, começa a revelar a ternura que de fato sente pelo marido, confessando até uma vontade de tentar uma reconciliação.

É dessa mistura de surpresa com um texto agridoce, por vezes melancólico, que se constitui a peça A Reunificação das Duas Coreias, que está sendo apresentada desde o mês de junho e estreia sexta-feira, dia 16, no Teatro MorumbiShopping. Trata-se do conjunto de 18 cenas que, embora independentes entre si, tratam de temas comuns e caros a qualquer ser humano. 

Sem viés político

"É um passeio pelas diversas formas em que o amor, o afeto e a falta deles se manifestam", declara a produtora Maria Siman, que, fascinada pelo texto, comprou os direitos e logo viabilizou a montagem nacional, dirigida por João Fonseca e interpretada com visível sensibilidade por Leticia Isnard, Bianca Byington, Solange Badim, Marcelo Valle, Gustavo Machado, Veronica Debom e Reiner Tenente - no Rio, Louise Cardoso integrou o elenco, mas, devido às gravações de Malhação, da Globo, não pode vir a São Paulo.

Que o espectador não espere, porém, temas políticos por conta do título - A Reunificação das Duas Coreias trata da temática do amor em suas diversas formas e manifestações. O título é uma licença poética extraída da fala de uma das personagens que explica à mulher sem memória como os dois se amavam quando se conheceram: "Foi como se a Coreia do Sul e a Coreia do Norte abrissem suas fronteiras e se reunificassem e que as pessoas que tinham sido impedidas de se ver durante anos se reencontrassem".

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