Chegada ao Cantinho |
No último domingo (10), o Povoado de Cantinho foi sede de mais uma tradicional cavalgada, onde o ponto forte foi o resgate das tradições dessa manifestação popular que envolve grande parte da comunidade da cidade Serrinha e circunvizihança.
A comunidade do Cantinho, pertencente ao município de Serrinha, fica 8 quilômetros da cidade e marcada pelos minifúndios, onde predomina a agricultura de subsistência e criação de pequenos animais como caprinos e ovinos.
Ao cavalgada teve como ponto de partida a Praça Morena Bela, - ponto tradicional da cidade, - passando pelos povoados do Murici, Brejo finalizado no Cantinho. O que salta aos olhos no evento do Povoado do Cantinho é exatamente a manutenção das tradições da cavalgada.
Carro de bois: tradição resgatada |
Resgatando as tradições
Evidentemente que, entre os cavaleiros e amazonas com trajes tradicionais, surgem as indefectíveis motocicletas com o escapamento aberto e os carros com som mecânico onde a quantidade de decibéis emitidos é inversamente proporcional à de neurônios do motorista. Mas o cortejo contou com mais de 200 cavalos e o ponto do alto da festa: a tradição dos carros de boi que chamavam à atenção dos espectadores com a maestria dos carreiros na condução e o “canto” característico do contato do eixo com o cocão, que produz um som único e inconfundível.
Na edição de domingo, foram três tradicionais carros de boi, com 6 animais a puxar cada um deles, além da “carroça de bois” de Sassá, que contou com uma dupla de pequenos touros. Vale salientar que, com a modernidade dos tratores e reboques, o carro de bois caiu em desuso e eles só são utilizados exatamente em cavalgadas, para manter a tradição. Só que, manter esse item na festa envolve toda uma logística e exige o envolvimento de várias pessoas, para conduzir os bois em carro específico, atrelar cangas e canzis antes do desfile, além da necessidade de uma ‘manga de pasto’ com aguada para os animais pernoitarem antes de retornarem à fazenda de origem.
Na edição de domingo, foram três tradicionais carros de boi, com 6 animais a puxar cada um deles, além da “carroça de bois” de Sassá, que contou com uma dupla de pequenos touros. Vale salientar que, com a modernidade dos tratores e reboques, o carro de bois caiu em desuso e eles só são utilizados exatamente em cavalgadas, para manter a tradição. Só que, manter esse item na festa envolve toda uma logística e exige o envolvimento de várias pessoas, para conduzir os bois em carro específico, atrelar cangas e canzis antes do desfile, além da necessidade de uma ‘manga de pasto’ com aguada para os animais pernoitarem antes de retornarem à fazenda de origem.
Mas tudo é festa e ninguém reclama da logística que uma festa desse porte exige, na preparação e no dia do evento. Tudo é congraçamento e várias homenagens são prestadas ao vaqueiro mais velho, ao mais novo, à amazona mais estilizada, sem faltar as loas dos aboiadores saudando os organizadores, aos patrocinadores e ao publico presente.
Participei pelo segundo ano consecutivo da Cavalgada do Cantinho e ao presenciar a manifestação cultural daquela comunidade, onde o ponto forte é a manutenção das tradições, lembrei-me do trecho de uma música de protesto contra a descaracterização das cavalgadas, de autoria do poeta Edgar Mão Branca:
“Outro dia fui a uma cavalgada não vi um cavalo, não vi um vaqueiro /
Só via moto e carro de som zoando, a moçada delirando e não ouvi som de vaqueiro”.
Público aguardando o cortejo de cavaleiros
Texto e fotos: Euriques Carneiro
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