
Dos personagens que cotidianamente habitam as ruas e paisagens das cidades brasileiras, algumas peças se repetem quase como arquétipos do nosso tempo. Os "hippies" vendendo miçangas, esculturas em arames e outras peças artesanais, nunca falham. São figurinhas carimbadas nos pequenos paraísos turísticos ou nas metrópoles e cidades de médio e grande porte
O filme é dirigido pelo viajante Rafael Lage e contou com um grupo de colaboradores organizados no Coletivo Beleza da Margem. Juntos, eles rodaram 19 estados ao longo de cinco anos, convivendo, entrevistando e registrando um pouco do cotidiano, ideias e histórias desses "malucos".
O filme está disponível na íntegra no YouTube. A trilogia, explica, Rafael vem sendo realizada de maneira independente, sem contar com editais de incentivo à cultura ou patrocínio direto. Recentemente, o grupo angariou R$ 65 mil para a finalização do primeiro longa. O grupo ainda aceita doações no perfil www.facebook.com/belezadamargem, que serão utilizada para backup dos seis terabytes de imagens que foram registradas.
Identidade
O principal trunfo do filme - além do recorte inédito - é desmistificar a figura do "hippie", termo com o qual raros entrevistados se reconhecem, localizando nessas figuras uma identidade cultural original do Brasil. Rafael explica que, embora, seja um dos desdobramentos do que foi a cultura hippie, o "maluco de estrada" tem signos, ideias e práticas próprias que se diferenciam de qualquer outro País. "No mundo inteiro, temos pessoas viajando.
Os europeus, em geral, viajam no esquema mochilão, mas têm emprego formal, juntam grana e saem viajando. Não estão bancando a sua alternatividade no dia a dia, através de uma arte móvel. O latino tem a cultura do artesanato, dos malabares e da música, mas não compartilha dos códigos da malucada, nem dos valores", compara.
Ele destaca traços originais dos "malucos de estrada" brasileiros como o senso de família, de irmandade, onde um ajuda o outro e onde quem vive com menos é mais valorizado pelos demais. "Não é só fazer artesanato. Quando um maluco latino compra um rango, ele vai comer atrás do pano. Isso não existe na malucada brasileira. Se consegue um rango é para compartilhar. A graça da estrada são as necessidades que você passa. Isso que vai te modificar como pessoa", ilustra.
Com o lançamento do documentário, adianta o Rafael Lage, uma nova mobilização está sendo almejada para cobrar em Brasília o reconhecimento do "maluco de estrada" como uma manifestação cultural brasileira. "Esperamos ser entendidos como uma cultura nômade, do artista que usa a rua para se inspirar", encerra.
Ele destaca traços originais dos "malucos de estrada" brasileiros como o senso de família, de irmandade, onde um ajuda o outro e onde quem vive com menos é mais valorizado pelos demais. "Não é só fazer artesanato. Quando um maluco latino compra um rango, ele vai comer atrás do pano. Isso não existe na malucada brasileira. Se consegue um rango é para compartilhar. A graça da estrada são as necessidades que você passa. Isso que vai te modificar como pessoa", ilustra.
Com o lançamento do documentário, adianta o Rafael Lage, uma nova mobilização está sendo almejada para cobrar em Brasília o reconhecimento do "maluco de estrada" como uma manifestação cultural brasileira. "Esperamos ser entendidos como uma cultura nômade, do artista que usa a rua para se inspirar", encerra.
Referência: diario do nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será publicado após análise.
Obrigado!