
A mostra Neville D’Almeida – Cronista da Beleza o do Caos chega ao CCBB de 2 a 20 de julho e traça um rico perfil do ator, roteirista, produtor, escritor, fotógrafo, artista plástico, ativista e um dos mais importantes cineastas da história do cinema brasileiro. Neville D’Almeida sempre foi polêmico, vide o filme A dama do lotação, um dos grandes sucessos de bilheteria do cinema nacional
A retrospectiva apresenta longas nacionais emblemáticos e títulos experimentais, como Jardim de Guerra, realizado em 1970, até clássicos da cinematografia nacional, como Os sete gatinhos (1980). Filmes raríssimos, como Mangue-Bangue, de 1971, apontado pelo artista plástico Hélio Oiticica como uma “experiência limite”, integram a mostra. Este clássico da contracultura ficou anos perdido nos arquivos do MoMA, em Nova York e seus rolos só foram recuperados em 2010.
São 33 sessões que promovem um passeio pela obra deste criador inquieto, que tem cerca de 15 longas-metragens, mais de 100 curtas (aproximadamente 80 filmes só em super-8), oito documentários, dois livros (sendo um romance, A dama da internet), instalações artísticas (Cosmococa 5 Hendrix War, de 1973, criado em parceria com Hélio Oiticica, pode ser visto em Inhotim) e muito mais. NEVILLE D’ALMEIDA – CRONISTA DA BELEZA E DO CAOS inclui ainda uma conversa com o cineasta, no dia 17, às 20h. O debate vai contar ainda com a presença do pesquisador e produtor audiovisual Gilberto Barral e do curador Mario Abbade.
Ao todo serão exibidos 12 longas e 12 curtas de Neville D’Almeida, realizados durante seus mais de 40 anos de carreira. A começar por sua primeira produção, Jardim de Guerra, de 1970, que foi proibida pela censura da ditadura militar e só liberada seis anos mais tarde, com dez cortes.
Na mostra, o título será exibido na íntegra. Outra raridade é Mangue-Bangue, de 1971, filme no qual o diretor procurava criar um painel do Brasil na época e que inclui imagens captadas no Mangue, zona de prostituição do Rio de Janeiro. Temendo a repressão, Neville levou os rolos de filme para Londres e depois para Nova York, exibindo-os para Hélio Oiticica em 1973, em sessão no MoMA. Desde então, o filme ficou perdido nos arquivos do Museu, até ser redescoberto em 2010.
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