Jiro Horikoshi, vive em uma cidade do interior do Japão. Um dia, ele tem o sonho de estar voando em um avião com formato de pássaro. A partir desse sonho, ele decide que construir um avião e colocá-lo no ar é a meta da sua vida
"Vidas ao Vento" é um trabalho sobre a história real de um rapaz apaixonado por aviação, que se passa nas décadas de 1920 e 1930, em que alguns momentos importantes da história do Japão são mostrados, como o grande terremoto em Kanto, a Grande Depressão, a epidemia de tuberculose e a entrada do país na Segunda Grande Guerra.
A anunciada despedida do cineasta Hayao Miyazaki se dá justamente em um filme sem elementos de fantasia ou ficção científica, tão característicos de seu cinema. E o impressionante disso é que "Vidas ao Vento" (Kaze Tachinu, 2013), indicado ao Oscar de melhor animação, é um filme com a cara de seu diretor, que já havia mostrado em diversos outros trabalhos a sua fascinação pelo voo.
Apesar de o filme se deter mais na vida profissional e na obsessão de Jiro pela aviação, que o leva a construir aviões destinados à Segunda Guerra Mundial, é o romance de Jiro e Nahoko que mais mexe com as emoções do público.
Delicadeza
Os traços dos desenhos seguem uma linha quase tão simples quanto a de "Ponyo - uma Amizade Que Veio do Mar" (2008), diferente, por exemplo, dos traços finos e mais caprichados de "Princesa Mononoke" (1997) e "A Viagem de Chihiro" (2001). Mas isso em nenhum momento atrapalha a apreciação.
Até porque algumas imagens são de uma beleza impressionante, inclusive as mais trágicas. Há uma sequência que mostra, numa visão de cima, em um travelling que amplia o plano, um grupo de moças tuberculosas em um hospital situado em uma montanha, referência à "A Montanha Mágica", de Thomas Mann.
"Vidas ao Vento", porém, pode desagradar a muitos que não ligam para aspectos técnicos da aerodinâmica de aviões. Porém, como se trata de uma paixão do personagem (e do cineasta), é bom se deixar contagiar um pouco com o entusiasmo.
A distribuidora brasileira, Califórnia Filmes, decidiu lançar o filme apenas em cópias legendadas. Afinal, trata-se de uma animação para adultos e adolescentes. Isso acaba sendo uma oportunidade de ouro para quem nunca teve a oportunidade de ver um Miyazaki com o áudio original.
Quanto ao aspecto da Segunda Guerra Mundial e de o filme não questionar enfaticamente o uso dos aviões para fins não muito nobres, digamos que "Vidas ao Vento" prefere crer que a escolha do Japão em se aliar aos países do Eixo foi uma infelicidade.
E que os soldados, apesar de terem se transformado em máquinas a serviço de um imperador terrível, eram, acima de tudo, homens obstinados e corajosos.
Fonte: diariodonordeste
Apesar de o filme se deter mais na vida profissional e na obsessão de Jiro pela aviação, que o leva a construir aviões destinados à Segunda Guerra Mundial, é o romance de Jiro e Nahoko que mais mexe com as emoções do público.
Delicadeza
Os traços dos desenhos seguem uma linha quase tão simples quanto a de "Ponyo - uma Amizade Que Veio do Mar" (2008), diferente, por exemplo, dos traços finos e mais caprichados de "Princesa Mononoke" (1997) e "A Viagem de Chihiro" (2001). Mas isso em nenhum momento atrapalha a apreciação.
Até porque algumas imagens são de uma beleza impressionante, inclusive as mais trágicas. Há uma sequência que mostra, numa visão de cima, em um travelling que amplia o plano, um grupo de moças tuberculosas em um hospital situado em uma montanha, referência à "A Montanha Mágica", de Thomas Mann.
"Vidas ao Vento", porém, pode desagradar a muitos que não ligam para aspectos técnicos da aerodinâmica de aviões. Porém, como se trata de uma paixão do personagem (e do cineasta), é bom se deixar contagiar um pouco com o entusiasmo.
A distribuidora brasileira, Califórnia Filmes, decidiu lançar o filme apenas em cópias legendadas. Afinal, trata-se de uma animação para adultos e adolescentes. Isso acaba sendo uma oportunidade de ouro para quem nunca teve a oportunidade de ver um Miyazaki com o áudio original.
Quanto ao aspecto da Segunda Guerra Mundial e de o filme não questionar enfaticamente o uso dos aviões para fins não muito nobres, digamos que "Vidas ao Vento" prefere crer que a escolha do Japão em se aliar aos países do Eixo foi uma infelicidade.
E que os soldados, apesar de terem se transformado em máquinas a serviço de um imperador terrível, eram, acima de tudo, homens obstinados e corajosos.
Fonte: diariodonordeste
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