
Por causa da demanda, mais quatro datas foram marcadas. Tudo para julho de 2014. John Cleese, Terry Gilliam, Eric Idle, Terry Jones e Michael Palin vão reinterpretar os números mais conhecidos (Graham Chapman, que pelejou por anos com o alcoolismo, era gay e morreu de câncer em 1989). Não têm tempo ou energia para criar nada novo. E quem quer isso? Sabem que o que o público espera mesmo são os clássicos.
Qual a razão do sucesso?
Bem, antes de qualquer coisa, o Monty Python é bom. Simples assim. Nada dura tanto tempo se não tiver qualidade. Não houve algo parecido, não há e, provavelmente, não haverá. Entre 1969 e 1974, estrelaram o programa Monty Python Flying Circus. Conseguiram transferir a graça para o cinema. “Em Busca do Graal” e “A Vida de Brian” entram fácil numa lista de melhores comédias da história. “O Sentido da Vida” não.
Toda a melhor comédia atual foi influenciada por seu estilo anárquico e surrealista. Dos Simpsons a South Park, passando pelo Saturday Night Live. No Brasil, com boa vontade, você pode dizer que a turma do TV Pirata e do Porta dos Fundos carrega-os no DNA. Legaram ao mundo, de quebra, o termo “spam”, originário de um esquete. São chamados de Beatles do humor. George Harrison, aliás, os adorava foi produtor deles.
Com quatro integrantes formados em Oxford e Cambridge, não é de estranhar que fizessem coisas cabeçudas. O jogo de futebol entre filósofos é uma maravilha. O forte era o absurdo, o nonsense. O homem que devolve um papagaio porque ele está morto (inicialmente, a ideia era que fosse uma tostadeira quebrada). E ainda tinha o humor físico das “caminhadas tolas”. E o sujeito que cria a piada mais engraçada do mundo, mas morre de rir.
Dava para ficar horas falando dos quadros dos caras, mas muito entendem que o momento definidor de sua grandeza é outro: o enterro de Chapman. A trupe já se havia desfeito, com mágoa e a habitual troca de ofensas. Todos eles subiram ao púlpito para prestar um tributo. Cleese, o mais talentoso, que dividia a liderança com Chapman, o menos engraçado, abriu os trabalhos com um discurso em homenagem ao amigo. O funeral foi televisionado. Cleese aproveitou e lembrou que Chapman faria questão que ele fosse a primeira pessoa a falar “fuck” ao vivo na TV. Batata.
Graham Chapman, co-autor do “Esquete do Papagaio”, não existe mais.
Deixou de ser, partiu desta para melhor, descansa em paz, esticou as canelas, bateu as botas, nos deixou, foi-se, deu seu último suspiro e foi ter com o “Poderoso Chefão do Entretenimento do Céu”. E acho que estamos todos pensando que é muito triste que um homem com tanto talento, tanta capacidade e bondade, tanta inteligência, tenha nos deixado com apenas 48 anos, antes de ter conquistado muitas das coisas de que era capaz, e antes de ter se divertido o suficiente.
Bem, eu sinto que devo dizer algo sem noção como: já vai tarde, otário, espero que queime no inferno. E a razão pela qual sinto que devo dizer isto é que ele nunca me perdoaria se eu não o fizesse, se eu desperdiçasse esta oportunidade de chocar vocês em nome dele.
Fecharam o memorial com o hino do humor negro: “Always Look On The Bright Side of Life”, que toca no final de “A Vida de Brian”, quando o personagem-título está na draga, crucificado entre dois ladrões.
Talvez essa dimensão humana seja o que diferencie o Python. Somadas, as idades dos velhinhos bate em 357 anos. Avisaram na coletiva de imprensa que haverá um plantão médico. O título provisório do show é “Um já foi, faltam cinco”. Até julho, trabalham com a alternativa “Dois já foram, faltam quatro”.
Qual a razão do sucesso?
Bem, antes de qualquer coisa, o Monty Python é bom. Simples assim. Nada dura tanto tempo se não tiver qualidade. Não houve algo parecido, não há e, provavelmente, não haverá. Entre 1969 e 1974, estrelaram o programa Monty Python Flying Circus. Conseguiram transferir a graça para o cinema. “Em Busca do Graal” e “A Vida de Brian” entram fácil numa lista de melhores comédias da história. “O Sentido da Vida” não.
Toda a melhor comédia atual foi influenciada por seu estilo anárquico e surrealista. Dos Simpsons a South Park, passando pelo Saturday Night Live. No Brasil, com boa vontade, você pode dizer que a turma do TV Pirata e do Porta dos Fundos carrega-os no DNA. Legaram ao mundo, de quebra, o termo “spam”, originário de um esquete. São chamados de Beatles do humor. George Harrison, aliás, os adorava foi produtor deles.
Com quatro integrantes formados em Oxford e Cambridge, não é de estranhar que fizessem coisas cabeçudas. O jogo de futebol entre filósofos é uma maravilha. O forte era o absurdo, o nonsense. O homem que devolve um papagaio porque ele está morto (inicialmente, a ideia era que fosse uma tostadeira quebrada). E ainda tinha o humor físico das “caminhadas tolas”. E o sujeito que cria a piada mais engraçada do mundo, mas morre de rir.
Dava para ficar horas falando dos quadros dos caras, mas muito entendem que o momento definidor de sua grandeza é outro: o enterro de Chapman. A trupe já se havia desfeito, com mágoa e a habitual troca de ofensas. Todos eles subiram ao púlpito para prestar um tributo. Cleese, o mais talentoso, que dividia a liderança com Chapman, o menos engraçado, abriu os trabalhos com um discurso em homenagem ao amigo. O funeral foi televisionado. Cleese aproveitou e lembrou que Chapman faria questão que ele fosse a primeira pessoa a falar “fuck” ao vivo na TV. Batata.
Graham Chapman, co-autor do “Esquete do Papagaio”, não existe mais.
Deixou de ser, partiu desta para melhor, descansa em paz, esticou as canelas, bateu as botas, nos deixou, foi-se, deu seu último suspiro e foi ter com o “Poderoso Chefão do Entretenimento do Céu”. E acho que estamos todos pensando que é muito triste que um homem com tanto talento, tanta capacidade e bondade, tanta inteligência, tenha nos deixado com apenas 48 anos, antes de ter conquistado muitas das coisas de que era capaz, e antes de ter se divertido o suficiente.
Bem, eu sinto que devo dizer algo sem noção como: já vai tarde, otário, espero que queime no inferno. E a razão pela qual sinto que devo dizer isto é que ele nunca me perdoaria se eu não o fizesse, se eu desperdiçasse esta oportunidade de chocar vocês em nome dele.
Fecharam o memorial com o hino do humor negro: “Always Look On The Bright Side of Life”, que toca no final de “A Vida de Brian”, quando o personagem-título está na draga, crucificado entre dois ladrões.
Talvez essa dimensão humana seja o que diferencie o Python. Somadas, as idades dos velhinhos bate em 357 anos. Avisaram na coletiva de imprensa que haverá um plantão médico. O título provisório do show é “Um já foi, faltam cinco”. Até julho, trabalham com a alternativa “Dois já foram, faltam quatro”.
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