sábado, 7 de setembro de 2013

A influência indígena na gastronomia brasileira



Os índios, primeiros habitantes do território brasileiro, viviam em tribos diversas, com hábitos, costumes e línguas diferentes. Cada tribo possuía sua cultura, religião, crenças e conhecimentos específicos e todos se respeitavam entre si, prática que se observa até os dias atuais

Apesar de a colonização europeia ter praticamente destruído a população indígena não só fisicamente, através de guerras e escravidão, como também culturalmente, pela ação da catequese e intensa miscigenação com outras etnias, a cultura e os conhecimentos desse povo acabaram por influenciar parcialmente a língua, a culinária, o folclore e o uso de objetos, como as redes de descanso, no Brasil. Apenas para se ter uma ideia dessa diversidade, os Ianomâmis, por exemplo, falam quatro línguas, já os Carajás falam apenas uma. Os Guaranis manifestam sua cultura em trabalhos em cerâmica e em rituais religiosos, enquanto os Tupis acreditam ser dominados por um ser supremo designado Monan. A diversidade cultural presente entre as culturas indígenas brasileiras é proporcional a existente hoje em todo o Brasil.

O traço mais marcante da cultura indígena pode ser observado na culinária, com ênfase na mandioca, na erva-mate, no açaí, na jabuticaba, nos inúmeros pescados e em pratos típicos como o pirão. Apesar de esses legados terem uma boa representatividade no País, a influência indígena se faz mais forte em certas regiões brasileiras como o Norte do Brasil, em que os grupos conseguiram se manter mais distantes da primeira ação colonizadora.

A comitiva de Pedro Alvares Cabral que chegou a Porto Seguro, na Bahia, em 1500, encontrou povos que tinham o sustento baseado na caça, na pesca, em raízes, tubérculos, cascas e frutos. As formas engenhosas de cocção rendem comidas que atravessaram mais de cinco séculos e têm lugar cativo na mesa dos brasileiros de hoje. É o caso da mandioca.

“Foram os índios, por meio do tipiti, que é um objeto de palha trançada e funciona como um espremedor, que descobriram que a mandioca-brava servia para o consumo”, explica Simone Gonçalves, especialista em indigenismo e desenvolvimento sustentável. O resultado pode ser conferido, por exemplo, no beiju e em receitas típicas da Amazônia, como o tacacá e o molho tucupi. É por estas e outras que esta herança indígena é considerada por muitos o maior exemplo de culinária tipicamente nacional.


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