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Cena de Gonzagão -A Lenda |
Já dissemos mais de uma vez aqui neste espaço, que o ano de 2012 seria pródigo em homenagens a Luiz Gonzaga, tendo em vista ser o ano do seu centenário de nascimento
A bola da
vez é uma peça teatral em forma de musical dirigida por um conterrâneo de
Gonzagão. Ele tentou fugir do trivial e, além de contar a história do
Nordestino do Século XX na linguagem teatral, fez a releitura de várias músicas
em arranjos inusitados.
Oriundo
de São Lourenço da Mata, João Falcão nasceu em 1958, quando Luiz Gonzaga
(1912-1989), filho de Exu, no mesmo Pernambuco, já contava mais de cinco
dezenas de LPs, os maiores sucessos da carreira e vinte anos no Rio, fazendo
fama com sua sanfona.
A figura do Rei do Baião sempre esteve fortemente presente - no imaginário familiar e popular, no repertório do dia a dia e nas festas juninas. Às vezes, em viagens, ele encontrava o artista em restaurantes de beira de estrada, entre um show e outro.
O dramaturgo também queria prestar a sua homenagem neste ano do centenário. Não na linha estritamente biográfica, como Breno Silveira fez em Gonzaga, de Pai Pra Filho, que estreou sexta. "Queria fazer a homenagem do teatro", explica o autor e diretor de Gonzagão - A Lenda, em cartaz no Rio de Janeiro, no Teatro do Sesc Ginástico.
Falcão leu tudo que encontrou sobre seu personagem. Preferiu uma abordagem "mais lúdica" do que "wikipédica". Falar mais do que mito (o menino pobre que ganhou majestade, o criador não só de um gênero, mais da própria ideia de sertão) do que do homem (o garoto que saiu de casa para tentar a sorte com música, o pai de Gonzaguinha).
As mais de 50 músicas selecionadas, tocadas por quatro instrumentistas e cantadas por nove atores, também são episódios dessa história. O jovem e o velho Lua são interpretados ora por um ator, ora por outro.
A sanfona é protagonista, mas não onipresente. "Como o texto e a direção não são realistas, vi a oportunidade de desviar da estética tradicional do baião, a sonoridade de raiz, a sanfona, a zabumba e o triângulo. Incluímos o cello, a rabeca, a viola caipira e a percussão com bateria", conta o diretor musical, Alexandre Elias, que vem do sucesso de Tim Maia - Vale Tudo.
Pouca Diferença, (Que diferença da mulher o homem tem?) que o Rei do Baião gravou com Gal Costa, tem toque de jazz; A Feira de Caruaru virou um funk; Assum Preto é cantada só ao som do cello; Qui Nem Jiló, acompanhada de rabeca e voz, é lentinha.
Metade dos músicos e atores é nordestina, mas isso não foi um pré-requisito na fase de audições. Mais do que sotaque, o que se buscava era um canto natural, sem vícios - o que anda difícil de encontrar, segundo preparadores vocais, em tempos de supremacia de musicais da Broadway nos teatros. Uma surpresa do elenco é o sanfoneiro, cantor de forró e motorista de táxi Marcelo Mimoso, que nunca assistiu a uma peça de teatro.
A figura do Rei do Baião sempre esteve fortemente presente - no imaginário familiar e popular, no repertório do dia a dia e nas festas juninas. Às vezes, em viagens, ele encontrava o artista em restaurantes de beira de estrada, entre um show e outro.
O dramaturgo também queria prestar a sua homenagem neste ano do centenário. Não na linha estritamente biográfica, como Breno Silveira fez em Gonzaga, de Pai Pra Filho, que estreou sexta. "Queria fazer a homenagem do teatro", explica o autor e diretor de Gonzagão - A Lenda, em cartaz no Rio de Janeiro, no Teatro do Sesc Ginástico.
Falcão leu tudo que encontrou sobre seu personagem. Preferiu uma abordagem "mais lúdica" do que "wikipédica". Falar mais do que mito (o menino pobre que ganhou majestade, o criador não só de um gênero, mais da própria ideia de sertão) do que do homem (o garoto que saiu de casa para tentar a sorte com música, o pai de Gonzaguinha).
As mais de 50 músicas selecionadas, tocadas por quatro instrumentistas e cantadas por nove atores, também são episódios dessa história. O jovem e o velho Lua são interpretados ora por um ator, ora por outro.
A sanfona é protagonista, mas não onipresente. "Como o texto e a direção não são realistas, vi a oportunidade de desviar da estética tradicional do baião, a sonoridade de raiz, a sanfona, a zabumba e o triângulo. Incluímos o cello, a rabeca, a viola caipira e a percussão com bateria", conta o diretor musical, Alexandre Elias, que vem do sucesso de Tim Maia - Vale Tudo.
Pouca Diferença, (Que diferença da mulher o homem tem?) que o Rei do Baião gravou com Gal Costa, tem toque de jazz; A Feira de Caruaru virou um funk; Assum Preto é cantada só ao som do cello; Qui Nem Jiló, acompanhada de rabeca e voz, é lentinha.
Metade dos músicos e atores é nordestina, mas isso não foi um pré-requisito na fase de audições. Mais do que sotaque, o que se buscava era um canto natural, sem vícios - o que anda difícil de encontrar, segundo preparadores vocais, em tempos de supremacia de musicais da Broadway nos teatros. Uma surpresa do elenco é o sanfoneiro, cantor de forró e motorista de táxi Marcelo Mimoso, que nunca assistiu a uma peça de teatro.
Referência: estadao